quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Casa da Trigueira

 Há algum tempo que não pernoitava num local tão acolhedor, tão diferenciado e com anfitriões tão amáveis e prestáveis. Aliás os anfitriões fizeram toda a diferença, uma vez que tinham tantas histórias para contar e encantar nesta terra pequena entre Murça e Alijó em Trás-os-Montes. Também não é fácil não nos deixarmos encantar por esta região de Portugal com as suas vinhas e vinhos fantásticos e as paisagens de cortar a respiração.

Mas vamos ao início, a trabalho por vezes tenho de dormir em alguns locais. Muitos dos alojamentos que visito não são propriamente idílicos mas cumprem as suas funções. Desta vez tive a (in)felicidade de não ter vaga no sítio onde costumo dormir em Alijó, por isso, tive de ir à procura. Sorte a minha encontrei a Casa da Trigueira em Santa Bárbara. Este alojamento foi uma recuperação total de uma casa de família típica de há muitos anos.

Ao entrar sentimo-nos em casa, onde o Dr. António Martinho conta toda a reabilitação da casa. Conta-nos histórias de família. E outras menos improváveis onde se chega à conclusão que o mundo é muito pequeno e todos, de alguma forma, estamos interligados.

Os quartos são todos muito acolhedores, e com todas as comodidades necessárias. Fiquei no quarto Chão da Portela no primeiro andar da propriedade.


A cama era muito confortável e depois de um dia de trabalho e de um bom banho o que apetecia era mandar-me para cima dela. Mas fui puxada (talvez a palavra correta seja empurrada, mas já lá vamos) para ir visitar um Santuário que se deixou ver durante a viagem de carro. Pois, mas para lá chegar tive de subir umas quantas ruas e uns belos lances de escadas. Durante o percurso roguei umas quantas pragas a quem me convidou para a caminhada... mas a vista sobre os socalcos típicos da região do Douro valeu a pena. E o facto de me terem empurrado escadas acima também!


Mas o melhor da Casa da Trigueira veio no dia a seguir bem cedo. Duas maravilhosas pessoas fizeram questão de se levantar às 5 e meia da manhã para fazerem um pequeno-almoço fantástico, como se isso fosse algo perfeitamente normal. Tudo era caseiro, desde os sumos, compotas, bolos, até aos enchidos. Sair do quarto e sentir o cheiro a café acabado de fazer é sempre fenomenal. Se isto for a uma hora do dia em que o sol ainda não nasceu, melhor ainda.

Acreditem que o meu trabalho muitas vezes implica tomar o pequeno-almoço por volta das 6 da manhã e não é em todos os sítios que me dão algo para comer. Quanto mais uma refeição com esta quantidade e qualidade.

Divirtam-se passeiem e aproveitem todos os cantinhos que este Portugal tem para nos oferecer!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Oh My Brunch!

 Há muito que já não visitavamos um sítio acolhedor como o Oh My Brunch! Descobrimos este espaço por acaso num passeio pelas ruas do Barreiro, quando lá passamos estava fechado. Mas depois de algumas espreitadelas e uma visita ao website, coloquei este local nos sítios a visitar. E passado, talvez 1 mês, lá fomos.

À entrada fomos muito bem recebidos e depois de mostrar os certificados digitais e de todas as formalidades fomos até à mesa que nos indicaram. Que ficava muito bem localizada mesmo ao lado da cozinha, por isso, tudo o que de lá saia era por nós inspecionado visualmente para ver se nos agradava.

A decoração do espaço é pormenorizada e tem detalhes muito engraçados, o que mais gostámos foi do sofá na entrada, das plantas na parede (mesmo sendo artificiais) e dos candeeiros (esta decisão não foi unanime mas houve quem gostasse).

A escolha do que comer e beber foi difícil, mas lá optamos por sumo de laranja natural, limonada, sumo de morango, croissant com ovos mexidos, cogumelos e espinafres salteados, cebolinho e mix de sementes, brownie com toffee de caramelo salgado, crumble, nozes e gelado, minipanquecas com nutella e morangos e ainda panquecas salgadas com bacon, ovo estrelado e cebola crispy....
Eu obviamente provei de tudo e tenho dificuldade em escolher o que estava melhor, mas de facto o meu croissant com ovos mexidos era divinal. Mas tudo estava perfeito!

No final ainda houve espaço para repetir umas minipanquecas com nutella e morangos e para beber um BomBom de café maravilhoso.

Voltarei com toda a certeza para experimentar os hamburgueres e os ovos Benedict (vimos passarem alguns e estavam todos com um aspecto delicioso).

Divirtam-se, passeiem e sejam felizes!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Salinas Naturais de Rio Maior

Salinas em Rio Maior? Mas Rio Maior não fica perto do mar!!

É verdade em Rio Maior há salinas naturais e produzem sal! Localizam-se a cerca de 40km (em linha reta) do oceano Atlântico, o que as torna especiais e praticamente únicas no Mundo. Tanto quanto sei, existem umas salinas idênticas em Espanha (Salinas de Montejícar) e outras no Peru (Salinas de Maras).

E como é então possível a existências destas salinas. Há cerca de 200 milhões de anos a água salgada do oceano chegava até este zona do País, mas devido a várias alterações a água foi recuando e neste local ficou um grande lago que foi secando. No entanto, no subsolo, mantém-se até aos dias de hoje uma grande mina de sal-gema a 60m de profundidade. Sempre que chove, as águas infiltram-se e criam cursos de água que passam nesta mina. É depois esta água que alimenta o poço das salinas e que tem uma concentração de sal sete vezes superior à água do mar.

Na realidade quando visitamos as salinas de Rio Maior, estamos num Museu Vivo. Há sempre alguém a trabalhar o sal e a prepará-lo para ser armazenado e mais tarde comercializado. Para terem uma ideia da imensidão do local, este ocupa 27000m2, cerca de 3,5 campos de futebol!!! É algo magnífico! A visita é feita livremente em redor de toda a salina, mas anteriormente aconselho uma visita à loja das salinas porque, pelo menos comigo, a senhora que lá estava foi muito simpática e explicou-nos tudo o que íamos ver e como era todo o funcionamento da salina. De facto, a produção de um dos produtos mais baratos e comuns nas nossas cozinhas é uma fonte de conhecimento, trabalho e beleza inimaginável.

Em redor das salinas existem uns antigos armazéns de madeira, que foram transformados e hoje em dia são locais de comércio e restaurantes. Estes armazéns são em madeira para evitar a corrosão pelo sal. E a maior curiosidade destes armazéns são as fechaduras de madeira, uma vez que se fossem feitas de metal há muito que já não tinham qualquer utilidade.

Visitem as salinas, e se quiserem/conseguirem podem marcar uma visita guiada, de certeza que vai valer pena. Divirtam-se!