Há algum tempo que não pernoitava num local tão acolhedor, tão diferenciado e com anfitriões tão amáveis e prestáveis. Aliás os anfitriões fizeram toda a diferença, uma vez que tinham tantas histórias para contar e encantar nesta terra pequena entre Murça e Alijó em Trás-os-Montes. Também não é fácil não nos deixarmos encantar por esta região de Portugal com as suas vinhas e vinhos fantásticos e as paisagens de cortar a respiração.
Mas vamos ao início, a trabalho por vezes tenho de dormir em alguns locais. Muitos dos alojamentos que visito não são propriamente idílicos mas cumprem as suas funções. Desta vez tive a (in)felicidade de não ter vaga no sítio onde costumo dormir em Alijó, por isso, tive de ir à procura. Sorte a minha encontrei a Casa da Trigueira em Santa Bárbara. Este alojamento foi uma recuperação total de uma casa de família típica de há muitos anos.
Ao entrar sentimo-nos em casa, onde o Dr. António Martinho conta toda a reabilitação da casa. Conta-nos histórias de família. E outras menos improváveis onde se chega à conclusão que o mundo é muito pequeno e todos, de alguma forma, estamos interligados.
Os quartos são todos muito acolhedores, e com todas as comodidades necessárias. Fiquei no quarto Chão da Portela no primeiro andar da propriedade.
A cama era muito confortável e depois de um dia de trabalho e de um bom banho o que apetecia era mandar-me para cima dela. Mas fui puxada (talvez a palavra correta seja empurrada, mas já lá vamos) para ir visitar um Santuário que se deixou ver durante a viagem de carro. Pois, mas para lá chegar tive de subir umas quantas ruas e uns belos lances de escadas. Durante o percurso roguei umas quantas pragas a quem me convidou para a caminhada... mas a vista sobre os socalcos típicos da região do Douro valeu a pena. E o facto de me terem empurrado escadas acima também!
Mas o melhor da Casa da Trigueira veio no dia a seguir bem cedo. Duas maravilhosas pessoas fizeram questão de se levantar às 5 e meia da manhã para fazerem um pequeno-almoço fantástico, como se isso fosse algo perfeitamente normal. Tudo era caseiro, desde os sumos, compotas, bolos, até aos enchidos. Sair do quarto e sentir o cheiro a café acabado de fazer é sempre fenomenal. Se isto for a uma hora do dia em que o sol ainda não nasceu, melhor ainda.
Acreditem que o meu trabalho muitas vezes implica tomar o pequeno-almoço por volta das 6 da manhã e não é em todos os sítios que me dão algo para comer. Quanto mais uma refeição com esta quantidade e qualidade.
Divirtam-se passeiem e aproveitem todos os cantinhos que este Portugal tem para nos oferecer!
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